Jornal do Brasil, 28 de Março de 1989
Fiel Transcrição:
Veronezzi abrirá inquérito para apurar escuta no DPF
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NOTA: Para Sellinas: Nenhum obstáculo seria capaz de impedir as denúncias contra corruptos e omissos. Foi exatamente esta a razão de ser considerado: um risco as autoridades corruptas. Foi perseguido por policiais e juízes federais que armaram estratégias desonestas e falsas para eliminá-lo, silenciá-lo e tornarem suas denúncias sem credibilidade. |
Da redação. SÃO PAULO — O superintendente do Departamento de Policia Federal em São Paulo, Marco Antônio Veronezzi, disse ontem que vai instaurar inquérito para investigar a existência de aparelho de escuta clandestina nos telefones de sua repartição, quando o engenheiro industrial Georges P. Sellinas entregar à Justiça a fita cassete contendo a gravação de uma conversa entre ele (Veronezzi) e um contrabandista. Veronezzi afirmou que, se Sellinas não apresentar a fita à Justiça num dos processos que responde pelas acusações que tem feito ao superintendente do DPF, vai requerer oficialmente a cópia dessa gravação entregue pelo engenheiro e antigo informante da Policia Federal ao JORNAL DO BRASIL A gravação, reconhecida como autêntica por Veronezzi, registra uma conversa de 1987 do superintendente com o ex-agente policial Celso Cipriano, que pede, na ligação, a suspensão de uma fiscalização conjunta do DPF e da Receita Federal, realizada naquele momento na empresa Transdata — pertencente à Transbrasil e incorporada pela companhia aérea em setembro passado. "Se for só a policia não vai ter problema", diz Veronezzi na fita, acrescentando que nada poderia fazer "se a Receita estiver junto". Ambos combinam falar ao telefone novamente dali a dez minutos, depois que Celso diz que cuidará da Receita Federal, por outro caminho. O superintendente voltou a afirmar ontem que não suspendeu aquela |
operação e lembrou-se de que até foram apreendidos um micro-computador, teclados e cinescópios durante a fiscalização. "Aqui não se passa a mão na cabeça de ninguém", disse Veronezzi, irritado com as tentativas que Sellinas tem feito para incriminá-lo em procedimentos irregulares. O delegado argumentou que sua maneira de falar com o ex-agente foi apenas um meio de esquivar-se do pedido de favorecimento. Disse, ainda, que não determinou a imediata investigação das atividades de Celso, ou pelo menos que o contrabandista fosse intimado a depor, porque já havia a fiscalização em andamento na Transdata. Com base no artigo 198 do Código Tributário Nacional, que impede a divulgação do resultado de suas atividades, a Superintendência da Receita Federal em São Paulo não informa o que ocorreu na fiscalização da Transdata. Na Justiça Federal, onde desembarcam os casos de contrabando comprovados pelo DPF, não existe o nome de Celso Cipriano como réu de qualquer processo criminal. Veronezzi disse não saber se aquela investigação na Transdata resultou em inquérito ou foi resolvida com o pagamento das taxas correspondentes à importação pela empresa. Celso mora atualmente nos Estados Unidos. Para o superintendente do DPF, a denúncia contra ele não se sustentaria se Sellinas divulgasse o segundo telefonema de Celso, onde ele diz ao contrabandista que não iria suspender ação alguma da policia. |
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