Jornal da Tarde, 18 de Janeiro de 1992

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Denúncia criminal contra delegados

Pertence1.JPG (11158 bytes) Para o procurador Moscogliato, "Deneno e Costa, de comum acordo, apropriaram-se indevidamente das mercadorias estrangeiras para serem posteriormente alienadas com o fim de lucro em proveito próprio".
Fausto Macedo

Os delegados Marcus Vinícius Deneno e Antônio Manuel Costa, da Divisão de Crimes Fazendários da Polícia Federal, foram denunciados criminalmente ontem pelo procurador da República Marcelo Moscogliato. Eles são acusados de envolvimento com o esquema de desvio de mercadorias contrabandeadas e poderão, se forem condenados, pegar pena de dois a 12 anos de cadeia, conforme prevê o artigo 312 (peculato) do Código Penal.

Com os delegados também foram denunciados os agentes federais Marcelo Fernandes Atala e Newton Martinez, que em 25 de novembro foram presos em flagrante pelos delegados Adhemar Pinheiro Brizola e Luiz Rebello. da Corregedoria da Polícia Civil.

Os agentes foram pilhados em uma chácara na avenida Brasil, em Cotia, onde estava armazenado um lote de aparelhos eletrônicos contrabandeados, avaliados em Cr$ 45 milhões. Os aparelhos faziam parte do

contrabando apreendido dois dias antes em um contêiner que havia chegado de Santos num caminhão.

O corregedor da Polícia Civil, Guilherme Santana, detonou o esquema de desvio de contrabando ao receber uma denúncia sobre o depósito de mercadorias extraviadas, na cidade de Cotia. Santana determinou aos seus delegados que fossem a chácara, de propriedade de Antônio Luiz de Moraes, o Toninho Farmacêutico. Quando chegaram à chácara, os delegados corregedores ouviram de Toninho Farmacêutico que os seus colegas federais Deneno e Costa sabiam do desvio do contrabando. Para o procurador Moscogliato, "Deneno e Costa, de comum acordo, apropriaram-se indevidamente das mercadorias estrangeiras para serem posteriormente alienadas com o fim de lucro em proveito próprio".

O juiz Otávio Peixoto Junior, da 2a Vara Federal, vai decidir na próxima semana se recebe a denúncia criminal contra os delegados e os agentes.

Estado de São Paulo, 26 de fevereiro de 1994

Fiel Transcrição:

Agentes da PF escondiam contrabando em aeroporto

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Agentes da Polícia Federal usaram áreas da instituição no Aeroporto Internacional do Rio (Airj) para contrabando.

Os agentes federais teriam sido flagrados com o contrabando pelo circuito interno de TV.

TRÊS POLICIAIS FORAM PRESOS

RIO — Agentes da Polícia Federal usaram áreas da instituição no Aeroporto Internacional do Rio (Airj) para contrabando. Dia 10, a Superintendência da PF no Rio descobriu em um de seus alojamentos, no segundo andar do Airj, cinco sacolas cheias de telefones celulares e placas de computador, avaliadas em US$ 200 mil (Cr$ 125,5 milhões). Três agentes foram afastados e poderão ser expulsos da P.F. 

O superintendente de Polícia Federal no Rio, delegado Edson de Oliveira, disse ontem ter determinado a abertura de inquérito para apurar o envolvimento de agentes com contrabandistas que atuam no aeroporto. Ele não revelou os nomes dos três agentes, que

integravam uma equipe de oito policiais de plantão no Setor C (linha vermelha). Os agentes federais teriam sido flagrados com o contrabando pelo circuito interno de TV, operado pela Empresa de Administração Aeroportuária, a Infraero, mas o delegado não confirmou a informação. O procurador da República Rogério Nascimento, coordenador da área criminal da Procuradoria, vai pedir ao delegado responsável pelo inquérito, Antônio Rayol, o acesso do Ministério Público às investigações. Rayol tem 30 dias, para a concluir o trabalho.

O Ministério Público também apura a suposta apreensão, durante o carnaval, de grande quantidade de munição para fuzil automático AR-15, uma pistola e telefones celular no aeroporto. O material estaria com um capitão do 4º Batalhão da Polícia Militar.

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